Quando estamos a olhar.
Tenho sempre alguma dificuldade em "publicar" quando assunto sobre que escrevo é um "cliché" , um dado adquirido ou uma quase auto-massagem.
Eu explico : Dizer que devemos sempre ajudar o próximo é o óbvio. Deveria ser a excepção e não a regra.
Ultimamente tenho contado com a boa vontade de muitas pessoas. Valorizo imenso isso.
E fui educada assim : a valorizar. E também assim : a ajudar.
Hoje ia a andar carregada com as compras e cruzei-me com uma "super mulher". Compras na mão, carteira pesada, andar apressado, telefone no ouvido : as compras dela caíram no chão. O almoço para ser mais concreta.
Pousei o meu saco e tentei ajudá-la a apanhar as coisas. Compreendi o embaraço. A chatice. Aquela nossa vontade de fazer tudo num equilíbrio desgastante e do nada :pufff.
Segui o meu caminho. Com um sorriso trocado e uma pressa comum.
Horas depois recebi uma mensagem de facebook da pessoa que ajudei. A agradecer-me pela minha ajuda. Reconheceu-me ( não poderia adivinhar ).
Não sei o que me soube melhor : se ajudá-la a desembaraçar-se... se receber a mensagem que me mandou a seguir.
Eu não fiz mais do que a minha obrigação em ajudá-la. Não fiz nada de extraordinário.
O meu gesto deu-lhe confiança e resolveu o embaraço.
A mensagem dela fez-me sentir que isto vale muito a pena.
Sabem... quando estamos a olhar nunca sabemos quem nos está a ver.