Os - não - desejos para 2015.
Tenho a ligeira sensação de que tropecei em 2015 e ainda não estou bem ciente do novo ano.
A minha passagem de ano foi muito próxima do que esperava. Um jantar com a família que estava por perto, a televisão ao fundo e o champanhe nos copos. Quase nem dávamos pela "hora" e foi por isso - estou quase certa de que foi mesmo por isso - que quando brindámos não pedi desejos. Não comi passas - nunca como - mas lembro-me sempre de fechar os olhos e desejar alguma coisa. Não desejei.
A conversa continuou, os copos de champanhe com framboesas frescas também. Depois fomos para o Lux. Tornámos a noite da passagem de ano uma noite igual a qualquer outra. E o amanhecer fez-se com copos de vinho branco bem fresquinho.
Talvez isso tenha justificado a febre com que acabei o primeiro dia do ano e só me tenha de facto apercebido da ausência de desejos quando o André me perguntou - já no dia 2 de manhã e em directo na rádio - qual tinha sido o meu pedido às dozes badaladas. Fiquei sem resposta. E depois assumi o óbvio e desejei : Este ano quero ser mais grata. Quero viver mais consciente. É que ser grato passa por isso mesmo : estar consciente da vida, do que sentimos, do que temos o privilégio de presenciar. A gratidão só é possível e sincera quando compreendemos a maravilha da vida. Mesmo nos momentos menos bons. Não achando que só é grato quem bate no fundo sei que são as pessoas que voltam à tona que sabem agradecer essas lufadas de ar fresco.
2015 começa sem planos. Com o meu aniversário daqui a uns dias, o bilhete de avião para a Índia e o Visto carimbado, Londres em Fevereiro e um ponto de interrogação em todos os restantes dias do calendário.
E o que fazer com esses pontos de interrogação? Por corações em todos os dias.