A bagunça boa.
As últimas semanas têm sido caóticas.
Eu gosto. Mas demorei a aprender. Demorei muito a saber lidar com isso. Porquê?
Porque quando se fazem muitas coisas, com horários mirabolantes e sempre a saltitar... há sempre alguma coisa que fica para trás. Até aqui sentia culpa.
A roupa para lavar, as pilhas a crescer na cadeira, os papeis por arrumar, as coisas começadas e sempre em suspenso. E a culpa : sempre a culpa.
Agora vou pensando : que se lixe! E prefiro fazer do tempo um bom amigo do que um poço de suspiros. É Sábado ou Domingo, temos acordado muito cedo, sem despertador. Lê-se qualquer coisa. Passam-se os olhos pelas redes sociais. Demora-se no pequeno-almoço - no café ou no sofá.
Depois até se vê um filme. Com a roupa ali mesmo por arrumar, com os papeis desorganizados. E o telefone toca: os amigos estão no bairro. Saímos. E se for preciso a louça fica por lavar. E se der até dormitamos no sofá. E a praia : quero sempre ir ver o mar.
Depois organizam-se algumas coisas. Prepara-se a semana. Prepara-se acima de tudo a falta de tempo que virá com a nova semana.
E fica tudo bem. E fica tudo certo. Porque mais vale viver com a roupa empilhada na cadeira, do que hipotecar as horas boas do fim-de-semana. É a bagunça boa!